No final de julho foi destaque na mídia que o medicamento Brexpiprazol tem sido usado por médicos no Brasil para o tratamento Alzheimer. O remédio, na verdade é usado para tratar casos de esquizofrenia e tem sido usado off label, quando um medicamento é usado de maneira diferente do apontado por sua bula, para tratar agressividade causada por Alzheimer.
A verdade é que não há orientação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no caso deste medicamento para o tratamento de Alzheimer, há aprovação apenas para o cuidado de pacientes adultos com esquizofrenia. O tema abre então espaço para dúvidas sobre o tratamento real do Alzheimer. Por isso, vamos entender melhor sobre a doença e quais os tratamentos seguros existentes.
No Brasil, de acordo com informações do Ministério da Saúde, estima-se que existam 1,2 milhão casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico de pessoas com a Doença de Alzheimer. Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), esse número deve dobrar até 2050 se medidas preventivas não forem tomadas.
A doença de Alzheimer, é uma desordem neurológica progressiva e devastadora, emergiu como um importante desafio de saúde pública em todo o mundo, inclusive no Brasil. Com uma população que envelhece rapidamente, espera-se que a carga dessa doença cresça, tornando-se crucial compreender seu impacto e as opções de tratamento disponíveis.
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que afeta principalmente o cérebro, levando a um declínio nas habilidades cognitivas e perda de memória. É a forma mais comum de demência, representando aproximadamente 60-80% de todos os casos de demência. A causa exata da doença de Alzheimer não é totalmente compreendida, mas é caracterizada pelo acúmulo de depósitos anormais de proteínas (placas amilóides e emaranhados tau) no cérebro, levando à destruição gradual das células nervosas e desequilíbrios dos neurotransmissores.
Os estágios iniciais da doença de Alzheimer geralmente se manifestam como um leve esquecimento, mas à medida que a doença progride, os indivíduos podem ter dificuldades de comunicação, raciocínio e execução de tarefas diárias.
Tratamento
Embora não haja cura para a doença de Alzheimer, várias estratégias de tratamento visam retardar sua progressão, controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, oferece acesso a alguns medicamentos aprovados para Alzheimer, como inibidores da colinesterase (donepezil, galantamina e rivastigmina) e memantina. Essas drogas funcionam regulando os neurotransmissores no cérebro, o que pode melhorar temporariamente a função cognitiva e a memória.
Além dos medicamentos, há outras formas de cuidar destes pacientes. Com por exemplo, com programas de estimulação cognitiva, exercícios físicos e engajamento social. Tais técnicas tem demonstrado impactar positivamente as habilidades cognitivas e retardar a progressão dos sintomas.
O mais importante, em se tratando do Alzheimer é criar, em torno do paciente, um ambiente acolhedor e seguro para que o tratamento e sua vida social consigam andar juntos promovendo a esperança e o bem estar do paciente.
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