Com a popularidade das redes sociais, muito jovens e até mesmo pessoas adultas passaram a ser cada vez mais influenciadas por um padrão estético. Hoje o “ser magro” é algo quase sempre almejado por todos. Com isso, a cultura alimentar domina as manchetes e as pressões sociais para alcançar este corpo “perfeito”. Aliás, não é surpresa que muitos indivíduos enfrentem padrões alimentares desordenados, surgindo a compulsão alimentar. O problema prevalente, mas muitas vezes mal compreendido, é uma preocupação séria que vai além do excesso ocasional. Vamos esclarecer a compulsão alimentar, explorando o que é, suas causas potenciais e, o mais importante, como pode ser tratada de forma eficaz.
O transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP) é caracterizado por episódios recorrentes de consumo de grandes quantidades de alimentos em um curto período, acompanhados de sensação de perda de controle durante esses episódios. Ao contrário da bulimia, os indivíduos com TCAP não apresentam comportamentos compensatórios, como vômitos ou exercícios excessivos. É crucial reconhecer que a compulsão alimentar não é simplesmente uma falta de força de vontade ou autocontrole, mas sim um problema complexo de saúde mental.
Segundo levantamento da Associação Americana de Psiquiatria, cerca de 70 milhões de pessoas no mundo sofrem de transtornos alimentares. A compulsão alimentar muitas vezes está enraizadaem uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. A predisposição genética, os desequilíbrios nas substâncias químicas cerebrais e as alterações hormonais podem contribuir para a vulnerabilidade de um indivíduo. Além disso, as pressões sociais, as preocupações com a imagem corporal, o histórico de trauma e o estresse podem servir como gatilhos para episódios de compulsão alimentar. Compreender esses fatores é essencial para adaptar abordagens de tratamento eficazes.
“Eu compreendi que tinha compulsão alimentar somente agora, quando eu passei a fazer reeducação alimentar e ter acompanhamento de psicólogo, nutricionista e endocrinologista. No passado havia estes episódios de dias estressantes que eu simplesmente “fugia” do meu estresse indoao supermercado. Eu comprava muitos chocolates, petiscos de queijo e miojo, e simplesmente passava a tarde comendo isso até sentir que tava tudo bem.Depois eu me sentia muito culpada. Claro que eunão estava bem”, conta Mariana Duarte, jornalista.
Abordagens
A primeira abordagem para iniciar o tratamento é a parte psicológica. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) demonstrou ser particularmente eficaz no tratamento do TCAP. Ele se concentra na identificação e mudança de padrões de pensamento e comportamentos negativos associados à compulsão alimentar.
O aconselhamento nutricional também pode ajudar os indivíduos a estabelecer padrões alimentares regulares, desenvolver uma relação saudável com os alimentos e aprender a reconhecer e responder aos sinais de fome e saciedade.
Além disso, há alguns casos que podem ser prescritos medicamentos para ajudar a controlar a compulsão alimentar. Antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS), demonstraram eficácia na redução de episódios de compulsão alimentar. Mas talvez a principal providência seja mudar o estilo de vida. Incluir atividade física regular, controle do estresse e sono adequado, pode contribuir para a redução dos episódios de compulsão alimentar.
A compulsão alimentar é um problema multifacetado. Buscar ajuda profissional e compreender os fatores subjacentes que contribuem para a compulsão alimentar são passos cruciais para a recuperação.
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