No início deste ano a atriz Ana Beatriz Nogueira, que interpretava a personagem Elenice na novela exibida pela Rede Globo “Um Lugar Ao Sol“, protagonizouuma cena emocionante em que ela recebe o diagnóstico de Doença de Alzheimer. Ao mesmo tempo em que tentava esconder a questão, a realidade se deparava com cada vez mais força no seu dia a dia. Prova disso, é que antes do diagnóstico Elenice teve cenas mais marcantesainda na novela, provocada pelo desenvolvimento da doença. Em uma delas ela esqueceu o seu próprio endereço e ficou andando desorientada pela rua.
Assim como na ficção, a vida de um paciente com Alzheimer pode ser dramática se não houver a devida atenção. A doença é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade. Sua causa é desconhecida, mas entre as explicações médicas, as principais são: a genética, o acúmulo de proteínas no cérebro, e a diminuição do neurotransmissor acetilcolina. Além disso, cientistas acreditam que doenças cardiovasculares, sedentarismo, hipertensão e diabetes tambémpodem favorecer o aparecimento do Alzheimer.
No Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia be Estatística (IBGE), acredita-se que cerca de 40 a 60%, em um grupo de 2 milhões de pessoas que têm demências, são do tipo Alzheimer. A doença evolui de forma lenta, mas a progressão varia muito de cada pessoa e se o paciente possuir outros problemas de saúde. Depois do diagnóstico, a média de sobrevida varia entre 8 e 20 anos.
“Alzheimer é uma síndrome demencial, como ela é uma síndrome ela apresenta sintomas. É caracterizada pela perda de memória, mas também outros, por exemplo, o paciente passa a ter dificuldade de falar, ele esquece algumas palavras, o ato de articular uma frase fica comprometido. Um paciente que era todo organizado ficadesorganizado. Começa a vestir uma roupa e veste às avessas, pode apresentar dificuldade para andar, quedas e desequilíbrio”, explica o médico geriatra, Izaniel Oliveira.
O diagnostico desta síndrome é clínico, ou seja, não precisa de exame de imagens. Se há suspeita, a busca pelo médico é essencial. O especialista mais indicado para confirmar o diagnóstico de Alzheimer é o neurologista, mas se o paciente já é assistido por um geriatra, ele também pode ajudar no processo de diagnóstico, por isso a importância de ter acompanhamento geriátrico desde os 50 anos de idade.
“O geriatra vai ajudar do diagnóstico àimplementação de tratamento. Quando aumentar alguma dose de medicação, quando associar aoutras drogas. Ajudar como conduzir a doença no dia a dia”, esclarece Izaniel.
Família
De observar as mudanças comportamentais que a doença provoca, até o apoio no dia a dia, é essencial que a família do paciente esteja por perto e entenda sobre a doença, como forma de melhorar a qualidade de vida do paciente.
Ainda de acordo com o geriatra Izaniel Oliveira, a família do paciente se tornará seu principal apoiador, por isso precisa se preparar. “A família é o principal apoiador do paciente. Entender que ele está esquecendo não porque quer, mas sim devido a patologia é essencial. A família precisa está sempre junto até mesmo pra evitar que o paciente faça compras excessivas, seja enganado por outros, não perca de uma vez a noção de localização, por exemplo”, ilustra o geriatra.
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